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As crianças do Camboja

por Fernanda

Muitos sabem o quanto é difícil tocar meu coração. Muitos me consideram fria, outros egoísta, mas a grande verdade é que eu tenho muita dificuldade em demonstrar sentimentos.

Sempre disse para todo mundo que não pretendia ter filhos. Não pretendia até que as crianças do Camboja conseguiram algo inacreditável: elas tocaram meu coração. Não precisa nem ser muito esperto para entender porque a Angelina Jolie adotou seu primeiro filho no Camboja, afinal é muito fácil se encantar por elas.

 

Crianças do Camboja

Aliás, as crianças do Camboja causam muita polêmica. Uns amam, outros odeiam. Estes do último grupo falam que elas exploram os turistas e tentam manipulá-los com seus sorrisos. É realmente inegável a exploração do trabalho infantil no Camboja. Elas trabalham mais que os adultos. Muitas não vão para a escola. participam apenas dos projetos sociais dos voluntários e aprendem outras duas ou três línguas que obviamente são usadas para convencer os turistas a comprar os souvenirs. Fora os golpes, como o da criança de uns 7 anos que carrega um bebê no colo e pede dinheiro para comprar leite. Aí o turista se comove, vai na loja que a criança pede para ele ir, compra um leite superfaturado, dá para a criança e assim que ele vai embora, a criança volta na loja e vende o leite novamente para o comerciante. Mas vocês acham que foi a criança que pensou nesse esquema? Quem tem culpa é o adulto que está por trás disso.

Vendendo os tais 10 cartões postais por U$1

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Mais um trabalhador

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Mas é tanta pobreza, tanta miséria que não dá para condenar logo de cara. Nós temos o mesmo problema aqui no Brasil, mas acho que as crianças cambojanas comovem tanta gente justamente por deixarem claro que esperam uma vida melhor.

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Falo por mim, falo pelos meus amigos que estavam comigo e de repente até a Angelina Jolie pensa dessa maneira. Sem falar do passado trágico do Camboja, em que milhões foram mortos no regime do Khmer Vermelho (pouco mais de 30 anos atrás) e todas as minas que ainda existem e ainda mutilam pessoas no país.

Eu sei que qualquer pessoa que se interessar em conviver um pouco mais com famílias cambojanas e entender um pouco do passado de horror deles, não conseguirá sair imune, digo, sem se comover.

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No meu caso, eu visitei alguns orfanatos e tive que me conter para não chorar. Os funcionários eram super queridos e tinham muita boa vontade, mas as condições do orfanato eram de apertar qualquer coração. Condições precárias e, mesmo assim, as crianças ficaram felizes quando a gente apareceu. É o que eu falo para algumas pessoas – doar dinheiro é importante, mas doar tempo é mais ainda.

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Post dedicado a todas as crianças do Camboja because they have touched my heart. Elas tocaram meu coração.

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30 comentários

Thêmis 6 de fevereiro de 2013 - 12:31

Axo a adoção um gesto de amor tão grande.

Responder
Fernanda 6 de fevereiro de 2013 - 17:03

Eu também.

Responder
jenifer stefanie 20 de janeiro de 2014 - 12:29

Eu gostaria de saber se existe algum projeto social pra ajudar as crianças e as famílias que vivem em situação de miséria no Camboja.

Responder
Fernanda 21 de janeiro de 2014 - 19:36

Existem vários. Só digitar no google em inglês.

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Junior 8 de junho de 2014 - 21:18

À esse respeito, recomendo pesquisar no Google por “Médicos Sem Fronteiras” e “Caminho Nações”.

Responder
Andréia Nobre 24 de abril de 2013 - 11:58

Olá Fernanda, gostei muito do seu blog, além das viagens, me interessei muito pelo Post do Camboja. Eu tenho muito interesse em adotar uma criança, e gostaria de saber se você tem mais informações sobre como adotar no Camboja, se é simples, como faria isso? etc

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Fernanda 24 de abril de 2013 - 13:28

Andréia, não deve ser simples, muito menos barato. Você teria que se informar com um advogado especializado em adoção internacional e também verificar com a embaixada quais seriam os procedimentos.

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Andréia Nobre 29 de abril de 2013 - 10:33

Entendi, verdade que não deve ser barato, mas vou procurar a saber e qualquer coisa, se te interessar colocar no seu blog… até mais e obrigada pela atenção.

Responder
Fernanda 29 de abril de 2013 - 13:33

Sim, se descobrir algo me avise, pois tenho interesse em saber sim. 🙂

Mah 8 de fevereiro de 2013 - 19:02

Parece clichê, mas o sorriso de uma criança é umas das retribuições mais puras que podemos receber!
Sou adotada… minha mãe é adotada, e com certeza (se eu tiver condições, claro) irei adotar também.
Besos Fernanda!
;*

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Fernanda 8 de fevereiro de 2013 - 20:02

Com certeza…que legal saber da sua história e da sua mãe e bom saber que você também pretende fazer o mesmo. Conheço pessoas adotadas que sequer consideram a hipótese. Acho extremamente estranho, considerando que elas só tiveram o que têm na vida porque foram adotadas. Enfim…cada um é cada um.

Responder
Marianne 9 de fevereiro de 2013 - 00:42

(teclado sem acentos)
Fe quando termninei de ler o depoimento cai em lagrimas.
Meu primeiro emprego foi como ajudante de logistica na Medicos sem Fronteiras para o Laos, Camboja e Vietna; e umas das minhas funcoes era distribuir os medicos recem-chegados nas comunidades e dar suporte com equipamentos e sondas alimentares.
Substitui um grego, que depois de ter passado 9 meses nao aguentava ver mais tanta pobreza e tinha parado de sentir remosso ou pena de qualquer coisa de tao assustado que ele tinha ficado.
nao tinhamos muitos recursos iguais de capitais, mas conseguiamos ter boa satisfacao pq a relação medico/paciente era muito precisa e sincera.
Passando o tempo voce se pergunta para onde o mundo esta indo com tanta ganancia e luxuria, o que eh errado e certo…com o tempo percebi que estao tentando sobreviver e ainda se dao o luxo de sorrir..o dinheiro nao era pra ser gasto na roupa da moda ou smartphone do ano.
e que o capitalismo um dia ira afundar do mesmo jeito que feudalismo ou comunismo…o acumulo de riqueza na mao de poucas pessoas um dia sera insustentavel.
Engracado ler algumas coisas no seu blog pq me identifico 80% das vezes.
e muito nobre vc cogitar na adocao, o que me lembro sao de criancas muito doces e amaveis.

Responder
Fernanda 11 de fevereiro de 2013 - 14:11

Nossa, quem chorou fui eu lendo seu relato. Isso é algo que eu sempre quis fazer (trabalhar no médico sem fronteiras). Espero conseguir. As crianças do Camboja, do Laos e da Tailândia são lindas, são super amáveis. É bem fácil entender porque elas comovem muita gente (principalmente as do Camboja).

Eu também me pergunto para onde o mundo está indo? Que futuro teremos se as pessoas só pensarem em dinheiro e esse egoísmo continuar?

Responder
Karla Larissa 9 de fevereiro de 2013 - 16:53

Quero muito visitar os orfanatos quando for no Camboja e como sou manteiga derretida, sei que vai ser difícil me controlar. Ainda não conheço a situação de lá, mas como visito muitas favelas por aqui, fazendo parte de um projeto social, sei que por aqui há muitas crianças também em condições críticas! Quanto a adoção, acho um gesto de amor gigantesco e seria algo que eu encararia, mas no meu caso, não posso tomar uma decisão sozinha..mas como o assunto filhos é para daqui há 4 anos..quem sabe.. E você deixe de aperreio com história de casamento… o que é seu tá guardado!kkk 😛

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Fernanda 11 de fevereiro de 2013 - 14:08

kkkk….problema é que agora quem desistiu de casar fui eu mesma.

Responder
Lidia Norte 12 de fevereiro de 2013 - 22:38

Oi, Fernanda! Tudo bem?

Então, eu tenho uma opinião bastante polêmica sobre o assunto “filhos” e às vezes eu prefiro nem me manifestar porque as pessoas geralmente têm uma resistência muito grande a ela… Mas eu acho que a maioria (mas a MAIORIA MESMO) dos seres humanos não deveria se reproduzir… Além dos motivos básicos que são a superlotação do planeta, a poluição, o destino nefasto nos espera, etc, a grande maioria das pessoas não serve para ser pai e mãe, daqueles pais de verdade que amam e EDUCAM. Eu tenho a impressão de que as pessoas só têm filhos por imposição cultural…

Mas quando eu penso em adoção meu coração também amolece, mesmo que eu também seja “coração de pedra” como já me disseram tantas vezes. Acho que se uma pessoa tem amor pra dar, se uma pessoa se considera capaz de criar outra, de formar um ser humano, deveria adotar um. Que mané passar os genes pra frente! O mundo já tem gente demais…

Enfim, esse seu post eu não resisti e tive que comentar!

Beijos,
Lidia.

Responder
Fernanda 13 de fevereiro de 2013 - 09:40

Ah, mas eu também acho que parir um filho não faz de ninguém mãe. Conheço tanta mãe por aí, que sério! Me pergunto porque tiveram filhos. Para por foto no facebook? Pai então…não vou nem comentar.

Sem contar os que não pensam antes de terem filhos e acabam abandonando as crianças. Isso que é pior.

Mas concordo que o mundo tem gente demais mesmo. Quem tem condição deveria adotar uma criança. Esses dias caí na besteira de falar que se houvesse tantas campanhas para adotar crianças como fazem para adotar animais abandonados, o mundo seria melhor. Por óbvio, não estava comparando crianças com animais, mas sempre tem um que não entende a essência da coisa que nesse caso era, focar em algo que realmente importa. Tipo, eu amo meu cachorro, acho triste a situação dos cachorros de rua, mas acho muito mais triste a situação de crianças que são retiradas de seus lares por causa de abuso e mais triste ainda a situação das crianças que se envolvem com drogas porque estão largadas no mundo.

beijos

Responder
Junior 24 de abril de 2013 - 10:37

Muitos usam a “religião” para proibir métodos anticoncepcionais (sou contra o aborto, claro, mas me refiro a métodos “anticoncepcionais”). Mas na própria Bíblia DEUS recomenda fazer um planejamento antes de empreender uma empreitada, e ver se tem condições para isso ou não – e se não tiver, é lícito adotar tais métodos para evitar colocar alguém no mundo e não ter condições de criar.

Responder
Fernanda 24 de abril de 2013 - 13:29

Problema não é só esse. O Camboja tem um passado de terror muito recente. O regime do Khmer vermelho, sem contar nas minas que ainda existem em certas partes do país. Muitas crianças são órfãs.

Responder
Leandro Kämpz 23 de fevereiro de 2013 - 17:06

Fernanda, sensacional seu relato sobre o Camboja. Como é o processo de adoção ? Sabe me dizer ? Abraços,

Responder
Fernanda 25 de fevereiro de 2013 - 19:53

Segue as leis do país. Não é tão fácil assim e é um processo caro. Mas não sei de todos os detalhes.

Responder
Thiago Felipe 15 de março de 2013 - 11:52

Achei muito bonito mesmo os Templos de Angkor
você deu uma passada por lá?
você faz o que da vida?
P.S: desculpa a pergunta 😀

vai postar novas historias?

Responder
Fernanda 15 de março de 2013 - 12:11

Só escrevo sobre lugares que fui. Tirei um ano sabático e fiquei 1 ano viajando pelo mundo. E agora, voltei para a vida normal.
Sempre tem posts novos nesse blog.

Responder
Thiago Felipe 18 de março de 2013 - 11:16

Huum, ta bom então
vou fica seguindo aqui
já vi quase todos, kkkkk 😉
vou seguir no instrigam ou no facebook!
sou de Pernambuco, já venho por aqui também?

Responder
Junior 24 de abril de 2013 - 10:34

Sobre os Médicos Sem Fronteiras, recomendo essa reportagem – como disse a repórter, “vale cada palavra”:

http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI228050-15230,00.html

Responder
jheymer 8 de maio de 2014 - 12:41

eu tenho ainda 18 aninhos mais quando eu termina a faculdade pretendo adotar uma criança e lendo sua materia meus olhos encheram de lagrima fiquei apaixonada por essas crianças.

Responder
Renato 8 de junho de 2014 - 10:43

Cheguei em siem reap ontem e confesso que fiquei com muita pena das criancinhas. Adoro crianças e vê-las na atual situação de vida é de cortar o coração!

Responder
Paula 29 de agosto de 2014 - 14:36

Realmente as crianças do camboja mexem muito com a gente….. Também caimos no golpe do leite….
Veja aqui nossa experiencia…. http://derepentemudou.wordpress.com/2014/01/26/camboja/

Beijos Paula

Responder
Gabrielly 31 de março de 2015 - 11:28

Como faço pra adotar uma criança Cambojana? sou solteira.. queria adotar uma menina futuramente …..

Responder
Fernanda 31 de março de 2015 - 17:06

Não sei.

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